22 outubro 2006

O Vento


Fotografia de Maria de Fátima Silveira

O vento sopra umas vezes de um lado e no momento seguinte sopra do outro, assim como em muita coisa que nos acontece na vida... às vezes o vento sopra-nos de feição para no momento seguinte estar a soprar contra nós. O que não nos pode afectar é a forma como o vento sopra, ainda que isso seja muito fácil de expressar... a execução é, deveras, complicada. Principalmente quando o vento tem algo que inocentemente nos domina e nos mete à prova.

Quando somos atingidos pelo vento que sopra contra nós, temos que saber como reagir a ele e a persistência é uma arma que pode ajudar na forma como o vento, a certo momento, pode virar novamente a nosso favor.

Não quero um vento que sopre sempre a meu favor, mas também não quero um vento que sopre sobre mim muito distante, que me deixe gelado e que deixe parte de mim sobre uma sombra escura de tristeza. Quero um vento que me dê esperanças de felicidade e que me mostre um presente e um futuro... com vontade de soprar, sem ter que ser eu sempre a lutar para o sentir a passar na minha pele e na minha alma!

1 comentário:

Anónimo disse...

OLÁ, GUARDADOR DE REBANHOS

"Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?"
"Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?"

"Muita cousa mais do que isso.
Fala-me de muitas outras cousas.
De memórias e de saudades
E de cousas que nunca foram."

"Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti."

Alberto Caeiro