23 outubro 2006

O Vento Deixou de Soprar


Fotografia de Paulo Arrais

O vento deixou de soprar, calmamente e sem tempestade, num último sopro sem vigor e sem mágoa. Custa-me que seja assim, que deixe de haver vento a tocar-me a pele e a alma que neste momento transborda para fora de mim, sob uma nuvem escura de tristeza, que deixa antever ao longe um céu azul de sol que com o tempo poderei alcançar.

Penso que poderá ser melhor assim, não ter um vento quase adormecido... que ora sopra, ora se reveste de calmaria e passa distante.

Foi bom ter sentido o vento soprar-me na alma todo este tempo, mas que ao parar se foi embora sem mágoa e sem remorsos. Porque na vida há cordas que se quebram, mas que ainda assim ficam ligadas por alguns fios e, se assim é, fico feliz porque ainda há algo que as une... para sempre!

Os ventos trazem Felicidade e este vento que agora parou de soprar trouxe muita... que embora tenha um fim, deixa dentro desta alma plana um sabor doce de mel e que irá perdurar dentro dela até ao fim!

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