10 julho 2006

A Revolta da Alma


Fotografia de J. R. Garcia

Tenho tanta coisa para dizer, tantos sentimentos que queria mostrar... tantas palavras que agora gostava de escrever, mas que vão ter que esperar e que vou guardar para outro dia. Sinto um sentimento que me invade a plenitude da minha alma, sem restrições, sem medos nem receios do que pode vir a seguir. Sinto isso, mas não é sobre isso que vou escrever. Hoje vou fugir daquilo que tem marcado os meus textos... hoje vou expulsar o que de mau tenho guardado dentro de mim.

Hoje tento sarar as feridas dos punhais que me foram cravados nas costas, à queima roupa, sem coragem. Dói-me uma alma ferida por perceber tanta coisa que, ultimamente, me tem passado ao lado e que, infelizmente, pode mexer tanto com a minha vida. Nunca me preocupei em demasia com o que as pessoas pensam de mim, claro que gosto de ouvir o que pensam, seja bom ou seja mau, mas quando o fazem sem a coragem de me dizer... é difícil de aceitar.

É, para mim, muito difícil de compreender como as pessoas por vezes não conseguem distinguir entre uma brincadeira e a realidade, como as pessoas conseguem distorcer de tal modo a verdade chegando a inventar palavras que nunca, de maneira alguma, me passaram pela cabeça e muito menos cheguei a dizer. Acho que compreendem que é difícil aceitar a intriga que se gera, nos momentos que menos se espera, e que dão asas a segundas interpretações que nunca pensei que pudessem acontecer. Há tanta coisa que as pessoas não conhecem em mim, tantas pessoas que me "atiram pedras" e que têm telhados de um vidro tão frágil. Custa-me aceitar que de uma simples brincadeira as pessoas tirem conclusões tão precipitadas e injustas. Por outro lado, aceito tudo isso e posso perdoar tanta coisa que acontece nas minhas costas.

Porque é que há sempre uma interpretação maldosa para as coisas que nós fazemos? Porque é que há pessoas que têm sempre que opinar e mandar bitaites sobre as nossas vidas? Porquê? Terei feito assim tanto mal a alguém para merecer isso? Porque é que há sempre alguém que só tem coragem de falar nas nossas costas e não é capaz de esclarecer as coisas frente-a-frente? Porque é que mesmo quando as pessoas nos reconhecem valor não capazes de o expressar? Porque é que as pessoas não capazes de nos dizer o que pensam de nós? Porquê? Há tanta coisa que gostava de perceber... mas infelizmente não sou capaz.


Fotografia de Luís Pinto

Pode parecer estranho estar a escrever tudo isto... mas há coisas que não me encaixam na cabeça, situações que não compreendo e que são, por mais que tente,
difíceis de aceitar. Hoje não consegui conter a revolta que vai dentro de mim, por perceber que há sempre alguém que nós podemos desiludir, mas que também nos desilude. Sei que agi mal, mas terei que ser cruxificado por isso? Será que mereço assim tanta maldade e tanta coisa que foi inventada? Será que mereço que as pessoas coloquem palavras na minha boca, sem que eu nunca as tenha sequer tido no pensamento?

Espero, pelo menos agora, que entendam o que penso e aquilo que me vai na alma. Espero que não existam segundas interpretações daquilo que escrevo aqui. Pode ser, para muita gente, uma estupidez escrever tudo isto, mas desculpem-me por infelizmente não conseguir guardar tudo dentro de mim.

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